sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pelas barbas de Netuno!

Viva os Ignóbeis! Muito boa esta de dar prêmios a pesquisas engraçadas. Sempre justifico que a ciência se justifica na própria ciência, por isso eu nunca consigo ver inutilidades em um estudo, mas que eles podem ser engraçados, ahh sim, eles podem!! É isso que faz a revista Improbable Research (http://improbable.com/ig/winners/#ig2010ao premiar, todos os anos, há uma semana do concorrido Nobel, cientistas que dedicaram ao menos um pouco de tempo em um pesquisa que "não deveria ser repetida". 

Ontem, na imponente Harvard, ocorreu a vigésima entrega desta premiação a vários pesquisadores incluindo Físicos, Químicos, Biólogos, Médicos, profissionais de saúde pública, para aqueles que buscam a paz, enfim, vários pesquisadores que fazem da ciência uma piada. O prêmio de biologia eu discuti na postagem anterior (morcegos em felação) e os demais, pelo bem da comédia científica, não poderia deixar de citar.

O prêmio Ignobel da minha área, a Química, foi para pesquisadores de uma petroleira que queriam colocar em cheque a miscibilidade de petróleo e gás natural em água numa simulação de um vazamento de um oleo/gasoduto submarino. Só acho que eles não estavam preparados para a prática que veio nestes últimos meses em que isso realmente aconteceu nos EUA. Na física, a pesquisadora queria, ao meu ver, ajudar a humanidade ao mostrar que no momento em que colocamos uma meia pelo lado de fora do calçado, não escorregamos em uma superfície gelada. Na medicina uma prática de andar em uma montanha russa para minimizar os efeitos da asma. Com bom humor, os premiados vão até a entrega do prêmio simbólico que, aposto, não entrará para seu currículo.

Mas o mais engraçado foi, com certeza, o prêmio de saúde pública. Preocupados com a constante prática laborial de microbiologistas, pesquisadores estudaram a contaminação de barbas por contato em meios de cultura de microorganismos, em geral, durante um experimento. Isso é de suma importância para cientistas que não abrem mão de seu visual pela ciência sem contar para aqueles de fé Muçulmana. No entanto, os fios de barba podem entrar em contato com o material que está sendo analisado em um trabalho e, desta forma contaminar o sério cientista. Mas é claro, sem oferecer grandes riscos a uma cobaia humana, como os sorridentes cientistas abaixo, no estudo foi usado um manequim.

Já o manequim da figura anterior foi exposto a "pintinhos controle" que, depois de examinados, mostraram que os microorganismos poderiam sim passar da barba e contaminar outros seres vivos mesmo que depois de uma limpeza geral na barba. O responsável pela pesquisa Manuel Barbeito (seria coincidência o sobre nome ser quase "barbeiro") não pode comparecer à entrega e alegou motivos de saúde para justificar sua ausência : )#

Bom, só para encerrar, pode parecer perda de tempo mas normalmente este tipo de publicação é mesmo uma piada. Algumas revistas norte-americanas gostam de publicar em edições do mês de Abril (por causa do primeiro dia deste mês, o Dia da Mentira) algumas notícias risíveis. Com uma antiga que comparava o Pé Grande com um Yet (o Abominável Homem das Neves). É rir para criar.

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