De volta às cavernas, mais uma vez. Ou, pelo menos, mais um assunto relacionado à Espeleologia que escrevo neste post para a grande massa seguidora de meu blog :) A relação da espeleologia com os morcegos é enorme. Quem pode pensar em cavernas e esquecer de morcegos??
pequenos morcegos insetívoros no interior de uma gruta calcária
Bom, mas não é lá muito assim. Conheço inúmeras cavernas em que nunca vi um morceguinho sequer da mesma forma que já vi morcegos se abrigando embaixo de folhas de bananeiras. Talvez, por de trás desta incrível capacidade de adaptabilidade destes mamíferos voadores esteja a explicação de sua incrível distribuição geográfica.
Outra característica inata destes "alados nas mãos" (ou quirópteros) é a fama de serem frios e calculistas chupadores de sangue. Quem nunca viu um filme de vampiro que não se inspirasse nessas criaturinhas noturnas e às vezes horripilantes? Ahh, esqueça "Crepúsculo", estamos falando de filmes de verdade :) A fama bizarra se deve a apenas uma, das mais de uma centena de espécies de morcegos, o Desmodus rotundus que é o único que ousa atacar o animal que conhecemos como Homo sapiens e que só é comum do nosso continente Americano. Até que suas feições não são das mais convidativas, mas, de um bichinho que não leva medo ao ser visualizado.
Na Europa, Ásia, Oceania e África existem outros representantes dos quirópteros bem menos perigosos e que têm tomado a atenção de pesquisadores por performarem a maior migração de mamíferos de todo o mundo. Os "flying-foxes", ou raposas voadoras, são mais atraentes que alguns dos existentes em nosso continente pois, ao meu ver, são como pequeninos cachorros com asas. A maioria deles, de hábitos alimentares frugívoros (comedores de frutas), são responsáveis pela disseminação de sementes de espécies vegetais por longas distâncias (veja mais sobre este fato no http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/16/artigo180430-1.asp).
os flying foxes se amontoando em árvores africanas...
... são os responsáveis pela maior migração de mamíferos do mundo!
Enfim, disseminando sementes aqui ou na África, mantendo um equilíbrio entre populações de insetos noturnos, polinizando flores ou mesmo chupando o sangue de outros mamíferos ou aves, estas criaturinhas mantém um importante papel biológico à caverna ao retornar para seu interior com o raiar do dia e alimentar com suas fezes a intrincada relação biológica dos verdadeiros donos do meio subterrâneo.
um dos representantos dos hematófagos (diphylla ecaudata) em uma gruta em canga
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