Já pensou em treinar um mosquito para "caçar" urânio radioativo? Dentre as mais diversas escravizações que fazemos no reino animal (desde os queridos cães até ao cultivo de ostras) mais uma poderia surgir, de acordo com o que foi descoberto por um grupo de neurocientistas e bioquímicos (http://www.pnas.org/content/early/2011/02/08/1012293108).
Insetos do tipo "mosca de banana", aqueles mosquitos minúsculos e chatinhos que sempre lhe avisam sobre seu bem estar higiênico - sempre aparecendo em horas pouco oportunas - podem ter uma capacidade de diferenciar moléculas em que átomos de 1H1, o isótopo mais abundante e estável do hidrogênio, são diferenciadas pela adição do 1H2 , o isótopo do hidrogênio conhecido como Deutério, que apresenta no núcleo um nêutron a mais que o primeiro.
a mosquinha mais chata do mundo e seu perdigueiro aparelho olfativo
Por apresentar um nêutron a mais, o deutério, ou 1D2 , tem massa maior (o 2 indica o número de massa do elemento e que é mais trabalhado em química como a massa atômica = 2g/mol) e por isso traria diferentes propriedades em moléculas que o contém pois ao vibrar, uma ligação carbono-hidrogênio, por exemplo, apresentaria diferentes propriedades daquela carbono-deutério. É o que ilustra a figura a seguir em que massas diferentes suportadas por uma mola apresentariam uma maior expansão da mola; logo uma vibração com elementos de maior massa fazem com que a ligação química fique mais longa.
E é exatamente este estreitamento ou alongamento da ligação química que o aparelho olfativo pode diferenciar. E quando digo "aparelho olfativo" digo que pode ser o de qualquer um e que, teoricamente, um perfume à base de deutério poderia ser o próximo Carolina Herrera!
use D2O e fique livre da Drosophila melanogaster
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