sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Em todo Lugar

Pois bem, como eu tinha adiantado na última postagem, vai aqui uma nova sobre espeleotemas não tão assim bem "spelaionhosos"!

Das minhas andanças pelo mundo, algumas formas me chamam atenção pelas suas semelhanças com aquilo que vemos no interior de cavernas <> aquilo que vejo no interior de cavernas me faz chamar a atenção para formas que vejo no mundo afora por onde ando. E antes que você desista deste Blog pelo fato do mesmo parecer uma música do Engenheiros do Havaí, deixe-me explicar.

A formação dos espeleotemas, na maioria das vezes, é devido a ação da água fluida. Acontece que a água fluida não é um fenômeno meramente espeleológico pois em qualquer lugar, mesmo sem chuvas, podemos ver a movimentação das águas e com elas alguns materiais que as acompanham. Assim se formam as estalactites, as estalagmites, as cortinas de cavernas, que, no correr das águas, vão vendo aos poucos abandonados os cristais de calcita que os formam.

Logo, reforçando a última postagem, ESPELEOTEMA é o depóstio (THEMA) de cavernas (SPELAION). Mas se encontro uma estalactite fora de uma caverna, ela será um espeleotema? A resposta é simples: sei lá! Só sei que já esbarrei com figuras interessantes como a da foto a seguir. O que mais parece um belíssimo canudo-de-refresco de uma gruta, nada mais é que um canudo-de-refresco em uma escada no prédio da Newton Paiva - Buritis, onde leciono.

Já pude ver outros ainda maiores, de extensão métrica, ao atravessar o viaduto de pedestres da Lagoinha que leva até a rodoviária. Na faixa que leva motoristas do centro ao acesso a Av. Pedro II existem canudos de refresco de até 2 metros. Já ouvi outros relatos de cortinas em garagens (que se deixe claro, cortinas como as de cavernas), estalagmites em fachadas, represas de travertinos de grama em um dia de chuva numa praça.

A própria forma da foto, a da escada, tem conexão no piso com uma pré-estalagmite que só não a frente pois é pisada, varrida e desbastada quase todos os dias. Voltando a "escadactite", chama a atenção ainda da taxa de crescimento da mesma. Ao que me lembro, os funcionários do prédio fazem semestralmente uma limpeza em que arrancam este "escadotema", o que não impede que, seis meses depois, esteja lá o "concretotema" de novo com seus bons 7cm de tamanho. Pena dá de vê-lo arrancado. "havia uma escadactite no meu caminho, no meu caminho havia uma escadactite".



4 comentários:

Lu Silva disse...

[...] (após pausa para merchan da IES... e de matar a leitora em questão de inveja por não mais jazer no campus Buritis - onde, aliás, existem muitos pés de carambola, goiaba, manga e mexerica)[...] nóoooooooooooooooo, bem grandinho já o espeleotema hein?! Vamos ver quanto tempo irá durar até que alguém meta a vassoura nele! Tem que colocar um aviso, ou então uma daquelas faixas pretas e amarelas de interdição.
E até hoje eu não sei que diacho de viaduto de pedestres é esse... (seria aquilo que nós mortais chamamos de "passarela"?)rs... se for vou passar lá depois!

Sandra disse...

Achei muito interessante a explicação pois estava procurando se achava em algum lugar o que seriam esses canudos parecidos com estalactites que apareceram na garagem da minha casa, agora sei que são espeleotemas, obrigada, por sinal tem de vários tamanhos, não deixo ninguém tirar, meus filhos estão sempre tomando conta das nossas estalactites particulares, tchau tchau.

L_Faria disse...

Ei Sandra... que bacana :) é ótimo quando nos questionamos sobre aquilo que está ao nosso redor e, com certeza, você e seus filhos fizeram uma grande descoberta. Se possível me envie uma foto pra eu colocar aqui. Ando fotografando outras que acho pelas construções de BH e posso fazer uma postagem só deles. Abraços!

Anônimo disse...

Se fosse somente isso que encontrássemos pela faculdade estava ótimo.
Ainda deparamos com diversos tipos de "fissuras" quer dizer.. "Rachaduras" na verdade.
O tamanho é impressionantes. Elas são tampadas com massa corrida e passam uma demão de tinta por cima tão mal passada que nem disfarça.