Estamos de volta às cavernas... um bom enredo para o próximo carnaval: Na comissão de frente, Peter Lund abre a "caixa de pandora" espeleológica. Preguiças gigantes, mastodontes e tigres-dente-de-sabre levantam o povo na Avenida. O carro alegórico seguinte traz uma réplica da gruta do Diabo do sul de São Paulo com o apelo para o místico, logo após, para aliviar tensões com a igreja católica, o carnavalesco faz uma homenagem à gruta de Fátima, de Portugal, com a Ala das Baianas de santas. O destaque lá no alto, cheio de plumas e paetês imita um espeleólogo, com os enfeites todos sujos de lama. A bateria vem no ritmo, iluminada pela Madrinha com um macacão violeta, capacete e até um ecleráge bem coladinhos ao corpo de onde uma luz ultra-violeta emanam raios que fazem os dentes brancos do cara do pandeiro brilharem até ofuscar o pobre mestre-sala, cansado de tanto ensaio para simular, sambando, a passagem por um conduto daquele tipo 'quebra-corpo'.
Ufa, terminei minha viagem de escola de samba para finalmente, na Quaresma, poder voltar a falar sério. O título que me inspirou - e que sirva também de sugestão para o carnavalesco da Unidos da Tijuca para 2011 - tem mais a ver com a necessidade que temos de nos proteger.
Explicando: na Europa, os indícios de habitação em grutas/cavernas é muito bem relatado. pinturas rupestres no interior de Lascaux (http://www.lascaux.culture.fr/ um site fantástico!) e estruturas de habitação em Portugal mostram que os hominídeos deveriam habitar mesmo os interiores mais sombrios. Daí o termo tão divulgado nas nossas aulas de pré-história, o dos "Homens das Cavernas".
Só não imagine que um cara como este daí de cima tenha existido aqui pelo nosso país, não pelo que nos mostram os estudos arqueológicos que indicam que os nossos "paleo-índios" deviam estar sim em abrigos como as atuais ocas, bem mais frescas, que traria um conforto térmico maior, coisa que não ocorre na Europa com seus rigorosos invernos.
Voltando, finalmente às cavernas, nossas construções civis baseadas em concreto nos dão o mesmo conforto. Um abrigo para a proteção do vento, da chuva e de invasores indesejados (a não ser que sejam baratas como as que infestam minha casa que tem acesso livre por todos os cômodos) que tem a mesma composição química das grutas francesas ou mesmo daquelas várias que em Minas Gerais, Bahia ou Piauí, por exemplo, foram abrigos temporários ou nas quais rituais de caça, como acreditam alguns, eram descritos em grandes extensões de paredões.
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